domingo, 15 de novembro de 2015

Vivemos no tempo, e vivemos um tempo, e nem nos costumamos perguntar sobre o modo como nos “alimentamos” dele. Porque o tempo existe na nossa vida em função da nossa construção pessoal... Vivemos no tempo e vivemos um tempo, para nos construirmos no tempo, e para construirmos o tempo. O tempo não pode ser simplesmente a sucessão de momentos que passam por nós. Isso significa um desperdício de vida! O tempo tem que ser a dinâmica continuada da nossa construção pessoal, em que umas opções se realizam e abrem possibilidades a outros seguintes, e essas, ao realizarem-se, vão criar novas possibilidades de ser e optar, e assim sucessivamente. É a marcha do Homem em construção. Não podemos perder tempo! Perder tempo é perder eternamente possibilidades novas de ser. Mas esta urgência de aproveitar o tempo, de não o perder, esta consciência de que ele não volta nem se repete, não pode ser vista numa perspectiva utilitarista, econômica ou carreirista! Não, não… não tem nada a ver com o famoso “tempo é dinheiro”. Os que “não perdem tempo porque tempo é dinheiro”, estão a perdê-lo de maneira ainda mais escandalosa, porque estão a gastá-lo e a gastar-se em função de uma realidade que não nos constrói como pessoas. Para mim, tempo não é dinheiro. “Tempo é possibilidade de ser!” Há que aproveitá-lo, por isso, não na tal perspectiva econômica, mas numa perspectiva Humanizante. Onde tudo tem lugar e espaço, mas o tempo não se investe no fazer pelo fazer, ou no ter pelo ter, mas no fazer e ter para SER! No tempo estamos chamados a construir o que seremos eternamente. É agora o tempo da nossa construção. Nós o temos nas mãos! Temos “tempo” para tantas coisas… Tantas coisas “urgentes” exigem todos os dias o nosso tempo… Aprendamos no dia-a-dia a sabedoria de Viver para Ser. Apostemos a nossa vida no que pode ser eternizado. Tudo o que “temos” faz parte do nosso cadáver. Só o que “somos” não é cadáver. O SER é o único que na batalha com a irmã morte entra na luta sem sair a perder! Por isso é importante construirmos… construirmos-nos! E o tempo é o espaço vital da nossa construção pessoal.

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